24/01/08 11h35

Temporada de fusões e aquisições, forte em 2007, ainda não acabou

Valor Econômico - 24/01/2008

O mercado de alimentos está em plena temporada de caça. Em outubro, a Perdigão comprou a Eleva, dona das marcas Avipal, de aves, e Elegê, de leite. Antes disso, em junho, adquiriu as margarinas Claybon, Doriana e Delicata, da Unilever, que também vendeu a Gradina, de panificação e confeitaria, para a Bunge, em dezembro. Um mês antes, a Vigor, de laticínios, foi alvo do frigorífico Bertin, que busca ganhar espaço sobre a JBS Friboi, que por sua vez se tornou dona da Swift, há oito meses. Para não ficar para trás, a Sadia anunciou este mês a compra da Excelsior Alimentos, de embutidos, e informou o interesse pela Goiaves. Em dezembro, a Sadia já havia diversificado ao comprar a Big Foods, de pães semi-congelados. Um pouco antes, em novembro, o grupo Bimbo, de panificação, adquiriu o Pastifício Laura e colocou o pé na fabricação de panetones, especialidade da Bauducco, que acaba de se associar à americana Hershey, de chocolates. Um relatório da PricewaterhouseCoopers deixa claro o protagonismo das indústrias alimentícias em matéria de fusões e aquisições. Em 2007, este foi o setor que registrou o maior aumento no número de transações em relação ao ano anterior: um salto de 64%, chegando a 95 operações no ano passado, o que rendeu a alimentos a liderança entre todos os setores acompanhados pela Price (que incluem varejo, construção, serviços auxiliares, serviços públicos e química e petroquímica). Extremamente pulverizado, o setor alimentício é composto por empresas familiares na sua maioria, que conquistaram competitividade nos últimos anos ao enfrentar a abertura de mercado, ganhando uma participação regional relevante. Das 43 mil empresas que compõem a indústria de alimentos, 85% são micro. Os cerca de 200 grupos associados à Abia, que reúnem 1,7 mil empresas, respondem por 70% da produção nacional e 75% do faturamento que, em 2007, foi de R$ 230,7 bilhões (US$ 131,1 bilhões), segundo avaliação preliminar feita pela associação a pedido do Valor. De acordo com a Abia, o faturamento médio das empresas associadas gira em torno de R$ 100 milhões (US$ 56,8 milhões).