Tera impulsiona crescimento da fábrica da VW em Taubaté
Chegada do novo SUV expande empregos e traz mais inovação tecnológica à planta no interior paulista
Auto IndústriaPara iniciar a produção do novo Tera, a fábrica da Volkswagen em Taubaté, SP, realizou a contratação de 260 novos empregados (40% são mulheres), dos quais 170 foram diretamente para a linha de montagem. Essa expansão gerou, ainda, cerca de 600 novos empregos na cadeia de fornecedores, de um total de 2.600 postos indiretos.
A linha principal de montagem conta com 980 funcionários, sendo que 17% desse total é composto por mulheres, indicando um aumento da participação feminina no processo produtivo da planta. São mais de 2.900 colaboradores Volkswagen trabalhando na unidade de Taubaté. Atualmente, essa fábrica opera em dois turnos e tem capacidade para produzir 200 mil unidades por ano entre Polo e Tera.
Tera movimenta a planta de Taubaté
Em 2025, o Tera demandará R$ 3,23 bilhões em compras de peças, o que representa 12% do total de compras da marca para o ano (R$ 26,3 bilhões). Com 80% de nacionalização, o novo SUV conta com 241 fornecedores de peças, sendo mais de 230 empresas brasileiras (21 do Vale do Paraíba). Dos 414 fornecedores de peças da Volkswagen do Brasil, 58% abastecem o novo Tera.
A fábrica de Taubaté, que completará 50 anos em 2026, recebeu inovações significativas: a Estamparia teve aumento de 80,6% na quantidade de ferramentas, totalizando 354 ferramentas.
A Armação recebeu um incremento de 81% em equipamentos, com 347 novos robôs (totalizando 875), 227 novas pistolas de solda (total de 514), e 120 novas pinças (chegando a 268).
A Pintura adaptou sua linha para pintura bi-tone e utiliza biometano desde 2024 (1,35 milhão de m³ por ano para Anchieta e Taubaté), com previsão de alcançar 8,1 milhões de m³ por ano a partir de 2027 (6,5 milhões para Anchieta e 1,6 milhão para Taubaté), reduzindo em até 99% as emissões de CO2.
A Logística teve aumento de 51% em peças, com 1.825 novos componentes para o Tera, totalizando 5.385 itens movimentados. A chegada do novo Tera resultou em 65 caminhões a mais por dia, somando 345 caminhões diários na unidade.
Como é a produção do Tera
A produção das linhas Polo e Tera começa na armação, onde a estrutura que sustenta o carro é montada com o auxílio de aproximadamente 250 robôs dedicados à soldagem. Essa primeira fase, que utiliza predominantemente equipamentos de solda-ponto de alta precisão e monitorados, tem sua área de fabricação da estrutura majoritariamente equipada com robôs importados.
Uma particularidade da planta de Taubaté é a integração de tecnologias de diferentes origens: o Fanuc (japonês) e o Kuka (alemão) trabalham em conjunto para otimizar o processo.
Na fase seguinte, a estamparia, o carro é transportado para mais de 265 vagas aéreas e 4 quilômetros de transportadores. Todos esses sistemas são monitorados online e com alta tecnologia, permitindo saber exatamente onde cada modelo se encontra. A montagem das partes laterais, tanto internas quanto externas, também é fortemente robotizada, especialmente nas etapas iniciais de soldagem e estamparia.
A fábrica de Taubaté possui alto nível de automação, que varia entre 78% e 80% na área de armação. Somente nessa seção, 75 robôs, além dos periféricos, estão em operação. Considerando que já havia mais de 500 robôs na planta, a introdução de mais 371 com o modelo Tera eleva significativamente o número total.
Ao longo do processo, da soldagem do teto à pintura, a automação continua sendo um pilar. O teto, por exemplo, é fixado utilizando um sistema de solda a laser tridimensional, uma tecnologia de ponta.
A pintura, construída em 2014 é uma das áreas mais modernas da planta, utiliza tinta à base d’água, demonstrando um compromisso com a sustentabilidade e a redução de emissões.
A aplicação eletroforética, que garante a proteção anticorrosiva, é 100% robotizada. A etapa de vedação, crucial para a proteção contra intempéries, conta com 40% de automação na parte inferior do veículo, enquanto a parte interna é vedada manualmente.
O processo de pintura final, incluindo a camada de base e o verniz, é completamente automatizado por robôs.
A fábrica de Taubaté oferece 8 cores de veículos, com o Polo e o Tera compartilhando o preto, branco e cinza platinado, e o Tera adicionando azul, prata Lunar e vermelho. Uma particularidade da Volkswagen é a injeção de cera quente (entre 100 e 110 graus Celsius) nas cavidades do veículo, garantindo 6 anos de proteção contra corrosão.
A montagem final é onde os carros ganham forma, com um depósito de carrocerias de 200 posições para mixar a produção.
A linha de montagem, que opera em um fluxo contínuo desde 1978 e nunca foi modificada, possui 1,8 quilômetro de corrente e acomoda 242 carrocerias simultaneamente.
Nessa fase é onde se vê mais funcionários, com apenas 2 robôs responsáveis pela montagem automática da mola traseira.
A montagem do conjunto motriz é o único processo do grupo Volkswagen feito 100% manualmente, com entre 1.500 e 2.500 apertos por carro, todos rastreados.
Os veículos saem com uma complexidade eletrônica elevada, variando de 22 a 30 módulos eletrônicos, dependendo do modelo.
Fonte: https://www.autoindustria.com.br/2025/05/27/tera-impulsiona-crescimento-da-fabrica-da-vw-em-taubate/