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Têxteis e calçados projetam boas vendas até dezembro

Valor Econômico - 02/07/2008

O mercado externo ainda atrapalha, mas o mercado interno ajudou os fabricantes de calçados e têxteis a encerrar o primeiro semestre com bom desempenho de vendas e a planejar um bom segundo semestre. Mesmo com a alta da inflação, as empresas de calçados chegaram à Francal, que começou ontem e vai até sexta-feira nos pavilhões do Anhembi, em São Paulo, com boas expectativas para as vendas das coleções primavera-verão na segunda metade do ano. Foram 4,2 milhões de pares vendidos de janeiro a junho (75% no mercado interno), e a previsão é encerrar o ano com quase 8 milhões de pares, ante 7 milhões em 2007. De acordo com o gerente de marketing da West Coast, Sérgio Baccaro Júnior, a decisão do varejo de antecipar as liquidações de inverno para o início da temporada para reduzir a necessidade de conceder descontos muito altos mais adiante está contribuindo para o bom desempenho. A empresa mantém a previsão de crescer 10% neste ano sobre os 2,4 milhões de pares vendidos em 2007, sendo 30% destinados ao mercado externo. Já o faturamento deve crescer acima deste índice graças aos lançamentos de produtos de maior valor agregado, explica o gerente. Para a indústria de cama, mesa e banho Lepper, com sede em Joinville, o primeiro semestre resultou em vendas 10% maiores do que no mesmo período do ano anterior. Zeno Fischer, diretor de controles e planejamento da empresa, diz que o resultado foi beneficiado pelo aumento da oferta de crédito no varejo, melhora do salário médio das pessoas e queda do desemprego. Além disso, o clima ajudou. Para o executivo, o segundo semestre deverá apresentar vendas mais fortes do que o primeiro pela própria sazonalidade para o comércio, que vende mais com as festas de fim de ano. Ele espera crescimento entre 15% e 20% nas vendas do segundo semestre comparadas com o mesmo período de 2007. Fischer diz que já existe de fato uma aceleração das encomendas para o mês de julho que apontam que isso irá ocorrer. As encomendas estão 15% mais fortes do que em julho do ano passado. Na avaliação do presidente da Buettner, João Henrique Marchewsky, a indústria de cama, mesa e banho, com sede em Brusque (SC), teve um bom primeiro semestre se for considerado o desempenho apenas do mercado interno. Houve aumento das vendas no país, um crescimento de 6,5%. Por outro lado, o resultado da empresa sofreu com o mercado externo, cujas vendas recuaram perto de 15% no primeiro semestre. Para Marchewsky, há, contudo, uma leve deterioração deste cenário nos últimos 45 dias.