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TomTom, gigante do GPS, chega ao país

Valor Econômico - 14/07/2008

Benoit Simeray nunca imaginou, durante as três vezes em que viajou a passeio para o Rio, que um dia viria a São Paulo para trabalhar. Mas o executivo tampouco imaginou que a companhia que o contratou no início de 2003 cresceria 321 vezes em cinco anos - entre 2002 e 2007 - tornando-se o que ele diz ser a empresa de crescimento mais acelerado na história da Holanda. Vice-presidente de vendas para Europa e América Latina da TomTom, a maior fabricante de aparelhos de navegação para automóveis no mundo, Simeray abriu os escritórios do grupo em países como Itália, Espanha e Portugal. Seu objetivo, agora, é fazer o mesmo na América Latina, começando pelo Brasil. O endereço da TomTom será em São Paulo e deve ser definido até o fim do ano. No início de 2009, o plano é abrir escritórios na Argentina e no Chile. Fundada em 1991, em Amsterdã, a TomTom apresentou um crescimento meteórico nos últimos anos. Em 2002, a receita da empresa era de US$ 7,4 milhões, com lucro de US$ 1,28 milhão. Em 2007, os números eram bem diferentes: o faturamento chegou a US$ 2,4 bilhões e os ganhos somaram US$ 434 milhões. Em cinco anos, o quadro de funcionários pulou de 75 para 1.078. A companhia nasceu como uma desenvolvedora de software de mapas para computadores de mão. Foram necessários, porém, 13 anos para que descobrisse sua verdadeira vocação: os aparelhos portáteis com o sistema de navegação GPS (sigla em inglês para "serviço de posicionamento por satélite") para automóveis e bicicletas. Só neste ano, a TomTom estima vender 15 milhões de aparelhos de navegação. O equipamento não tem botões. Tudo é feito com o toque do dedo na tela. Além disso, o dispositivo possui comando de voz. Outra facilidade é a possibilidade de atualização dos mapas - o aparelho é conectado ao computador e, pela internet, o usuário participa de uma comunidade onde é possível consultar dicas de trânsito ou mudanças de direção de ruas. Até restaurantes novos podem ser incluídos nos mapas. No Brasil, o produto custará entre R$ 1 mil (US$ 625) e R$ 2 mil (US$ 1,25 mil). O país é considerado o principal mercado no bloco do Bric.