07/12/09 11h40

Transporte para Copa terá US$ 4,65 bi da União

Valor Econômico

A maratona do ministro do Esporte, Orlando Silva, já começou muito antes da Olimpíada de 2016. Com a agenda lotada por compromissos, que na semana passada incluíram encontro com Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York, para conversar sobre segurança, Silva deve apresentar hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva as propostas para financiamento de modais de transporte nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.

O governo deverá financiar esses projetos com cerca de R$ 8 bilhões (US$ 4,65 bilhões) do Pró-Transporte, programa de estímulo ao transporte urbano formado por recursos do FGTS. Conforme as regras do programa, o financiamento exige contrapartida de 5% do governo. Os financiamentos serão feitos em 30 anos, para veículos sobre trilhos, e 20 anos para veículos que correm sobre pneus. Muitas operações contam também com dinheiro de Estados e até recursos privados, porque eles podem ser alvo de concessões, diz Silva. Serão um ou dois projetos de transporte por município que sediará a Copa, que esperam o aval da Presidência e últimos ajustes com as prefeituras. Restam poucas dúvidas sobre o meios de transporte nas 12 cidades.

Em São Paulo, a decisão já foi tomada para que se faça um monotrilho, ligando o aeroporto de Congonhas às estações do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Em Manaus, o governo local indicou sugestões de monotrilhos e corredores de ônibus especiais, os Bus Rapid Transit (BRT). Ainda faltam acertos com a prefeitura, mas o governo federal deverá financiar os dois modais, que podem se complementar.

Segundo Silva, os projetos foram escolhidos conforme a ligação direta com a Copa (conexão entre aeroporto, hotéis e estádios), o modelo mais eficiente tendo em vista os meios de transporte já existentes e o prazo para ficar pronto. Por este último motivo, ainda é dúvida a aceitação de proposta da prefeitura de Curitiba para investimentos no metrô. Obviamente, as obras para a Copa precisam ficar prontas em 2014. Algumas até antes, porque há sedes que terão jogos da Copa das Confederações, em 2013.

Segundo o ministro, a escolha dos modais não foi simples. "Houve Estado que apresentou 72 intervenções. Mas, em três anos para se fazer as obras, isso pararia a cidade." Segundo ele, foram eliminadas todas as obras viárias para automóveis. "Queríamos inibir intervenções de transporte individual, porque a intenção era estimular o transporte coletivo de massa." Entre os projetos aprovados estão Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), BRT, trens urbanos e metrôs.

O projeto de modal de transportes no Rio poderá ser o único a ter financiamento do BNDES, e não do Pró-Transportes, porque o banco já tem projeto coordenado para os investimentos em infraestrutura para os Jogos Olímpicos de 2016. O projeto no Rio deverá ser um BRT, ligando a Penha à Barra, que terá conexão com o aeroporto Tom Jobim.