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Turbulência nos mercados leva Caramuru a adiar IPO

Valor Econômico - 24/01/2008

O aumento do preço das commodities agrícolas foi o principal responsável pelo avanço do faturamento da Caramuru Alimentos, empresa de capital fechado da família Sousa Rezende, em 2007. A companhia faturou R$ 1,4 bilhão (US$ 795,5 milhões) no ano passado, 18% mais que no ano anterior. A empresa mais que duplicou seu faturamento em sete anos. O aumento de volume de esmagamento de grãos não teve tanta relevância para o desempenho quanto o ganho de produtividade nas unidades da companhia e a alta do preço das commodities, segundo César Borges de Sousa, vice-presidente do conselho de administração da Caramuru. A empresa tem capacidade anual para processar 1,5 milhão de toneladas de soja, 677 mil toneladas de milho e refinar 230 mil toneladas de óleos de soja, milho, girassol e canola. Ainda que com menor peso, o braço de produção de biocombustível também ajudou no avanço, afirma o executivo. "Conseguimos alguma margem", diz ele. A base da produção do biodiesel da Caramuru é a soja e, em menor escala, o sebo animal. Na média, os leilões de compra de biodiesel realizados em 2007 pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pagaram R$ 1,80 por litro, motivo de reclamação da maioria das usinas, que argumentam que o custo de produção é superior a esse valor. A usina da empresa, localizada em São Simão (GO), tem capacidade de produzir 110 milhões de litros ao ano. As incertezas do mercado financeiro no início de 2008 levaram a Caramuru a adiar seu plano de abertura de capital - no ano passado, a empresa chegou a anunciar que havia contratado os bancos que coordenariam a operação. "Nossa previsão era que a abertura ocorreria agora em 2008, mas já não sabemos se vai ficar para este ano", afirma Sousa. "Mas, como projeto, a abertura de capital permanece".