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UBV aposta em vidros mais baratos para garantir vendas

Gazeta Mercantil - 15/04/2009

No auge do mercado da construção civil, no início de 2008, a União Brasileira de Vidros (UBV), fabricante paulistana de vidros impressos - como é chamado o tipo de vidro feito com efeitos de relevo -, decidiu investir no desenvolvimento de um novo tipo de produto, com acabamento mais simples e preço final mais barato, para ganhar espaço entre as ascendentes classes C e D. Agora, pronto para ser lançado, o produto encontra um País completamente diferente, e a estratégia acabou se tornando o trunfo da UBV para não registrar queda expressiva em 2009, junto com a economia.

Voltada para a baixa renda, a versão popular das chapas de vidro da empresa vai ao encontro da série de programas de incentivo do governo para a construção civil, como a redução de IPI para materiais e, principalmente, a construção de 1 milhão de casas populares até 2010. "O segmento popular representa 40% de nossas vendas, e deve chegar a 50% em 2010. Também esperamos ampliar em 7% a nossa participação no País", disse o presidente da UBV, Sérgio Minerbo. Segundo ele, a UBV possui 60% do mercado de vidros impressos no Brasil, um universo de 13 milhões m ao ano. Os outros 40% ficam com a Saint-Gobain.

O novo produto da UBV deverá contribuir expressivamente para segurar as vendas neste ano. Depois de crescer 15% em 2008, faturar R$ 75 milhões (US$ 34.1 milhões) e investir R$ 70 milhões (US$ 31.8 milhões) para ampliar a capacidade em 50%, a UBV entrou em 2009 com um de seus dois fornos desativados devido à retração da demanda, e calcula um crescimento não maior que 2% na produção deste ano. "Estamos operando com 90% da capacidade, o que, para a indústria de vidro, é pouco. O trabalho deve estar a plena carga, pois o desgaste é igual e o consumo energético é o mesmo", disse o presidente da UBV.