26/08/13 15h03

Unicamp terá curso de mestrado em bioenergia

Correio Popular ( Região de Campinas)

Curso e criação de um centro de pesquisa estimulará ações para dobrar a produção de etanol

A Unicamp entra na corrida mundial para a obtenção de etanol de segunda e terceira geração, capaz de dobrar a produção de álcool sem ampliar a área plantada com cana. A atuação será em duas frentes. A primeira, na formação de recursos humanos, com a implantação de curso de mestrado em bioenergia, que começa a funcionar em março, e a segunda, na integração das frentes de pesquisas em um Centro de Bioenergia que começou a ser construído e com previsão de conclusão em 2014. A Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) está investindo R$ 15 milhões na infraestrutura.

O esforço, informou a pró-reitora de Pesquisa da universidade, Gláucia Pastore, é parte do Centro Paulista de Bioenergia, ação que envolve o governo do Estado, a Fapesp e as três universidades estaduais — Unicamp, USP e Unesp. As universidades irão implantar em conjunto cursos de pós-graduação na área. A proposta é de ser um curso internacional e o programa contará com professores das três universidades, além de especialistas estrangeiros.

Já os centros de bioenergia que serão instalados nas universidades irão aumentar a base de pesquisa em energia obtida da biomassa. As universidades contratarão os pesquisadores e a Fapesp selecionará e financiará os projetos. Gláucia informou que a Unicamp já contratou cinco pesquisadores de um total de 15 que atuarão na pesquisa.

A pró-reitora explica que o bioetanol de segunda geração é produzido a partir de diversas fontes de biomassa vegetal, especialmente as não destinadas ao consumo humano. Nesse caso, a pesquisa se destina a encontrar enzimas capazes de degradar a celulose de resíduos, como palha de milho, de cana, de arro e bagaço, em glicose que poderá ser convertida em álcool. Há várias pesquisas encontrando micro-organismos produtores de enzima de interesse industrial. O passo seguinte é usar uma outra parte da celulose desses resíduos, que as primeiras tecnologias não conseguem converter em álcool. Hoje, só o açúcar dos vegetais é transformado em etanol.