06/04/10 11h44

UPS amplia capacidade no mercado brasileiro

Valor Econômico

O mercado brasileiro de cargas aéreas deverá crescer mais rápido que o do resto do mundo em 2010, após o volume transportado ter recuado 12,3% no ano passado. A avaliação é do presidente da UPS para o mercado internacional, Dan Brutto. Em sua primeira visita ao Brasil, o executivo disse que 2009 foi o pior ano da história do setor. Depois de a UPS ter registrado queda de dois dígitos em receita e lucro, ele projeta um crescimento de até 17% no lucro mundial e alta de até 10% na receita. "O Brasil vai crescer mais rápido que o resto do mundo. A classe média brasileira está crescendo num índice interessante e a população também é crescente. Os produtos que a classe média vai querer, como varejo e bens de consumo, estão dentro da gama de serviços onde a UPS consegue se diferenciar mais", diz Brutto.

Segundo ele, o que impedia uma expansão maior no mercado brasileiro é o fato de o país ser grande exportador de commodities, enquanto o forte da UPS é justamente transportar pequenos pacotes. No ano passado, a UPS, que emprega 408 mil pessoas, registrou faturamento global de US$ 45,3 bilhões, com um volume médio de 15,1 milhões de pacotes entregues por dia. Brutto observa que no passado a UPS priorizou investimentos em mercados que se mostravam "mais interessantes", como China, Alemanha e Reino Unido. Agora, ele afirma que o Brasil é um mercado prioritário para a UPS.

Ele aproveitou sua visita ao Brasil para analisar áreas em aeroportos que possam receber uma ampliação dos hangares da UPS. Isso porque, em um mês e meio, a companhia, que tem a nona maior frota do mundo, com 267 aviões, vai aumentar em 30% sua capacidade de transporte no Brasil, com a troca de um Boeing 757 por um 767. Com isso, a empresa vai passar a operar no Brasil dois modelos 767, que fazem oito frequências semanais a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos (Campinas).

A UPS começou a fazer entregas de pacotes expressos dentro do mercado brasileiro em maio de 2009. A empresa americana tem, apenas no Brasil, 600 funcionários e cerca de 20 centros de distribuição e coleta no país. "A implementação desse serviço (entregas domésticas) mostra a importância que a UPS está dando para o Brasil", afirma a presidente da UPS, no Brasil, Nadir Moreno. O presidente da UPS para as Américas, Stephen Flowers, ressalta que depois da relativa timidez da companhia no Brasil, tende intensificar sua atuação por aqui. "Na América do Sul, o Brasil responde por 29% do PIB da região. Oportunidades futuras para a UPS estão aqui no Brasil, onde a representatividade [peso] dos serviços [na economia] é muito boa".