09/02/10 10h21

Usiminas prepara investimento de US$ 1,8 bilhão para este ano

O Estado de S. Paulo

A Usiminas abafou altos-fornos, adiou investimentos, fez o primeiro programa de desligamento de empregados da sua história e perdeu mercado em alguns segmentos, como o automotivo. Mas pretende mudar esse quadro em 2010. A empresa vai anunciar até o fim do mês um plano de investimentos de R$ 3,2 bilhões (US$ 1,8 bilhão) para este ano. E ainda poderá tirar da gaveta um dos investimentos suspensos no ano passado - o da construção de uma nova usina de placas em Santana do Paraíso (MG).

Os R$ 3,2 bilhões (US$ 1,87 bilhão) superam a média anual de todos os investimentos feitos entre 1999 e 2007, fase anterior à crise, em que o setor siderúrgico passou aquecido. Em Ipatinga (MG), a Usiminas fará a expansão da capacidade de produção de chapas grossas com uma nova tecnologia de resfriamento acelerado. Vai expandir também a capacidade instalada da coqueria 3 e a Unigal, unidade de produção de galvanizados. Em Cubatão (SP), o plano é abrir uma nova linha de tiras a quente. E em Itatiaiuçu (MG), onde está a mina, o objetivo é expandir significativamente a capacidade de produção de minério de ferro.

O ano de 2010 poderá também marcar o início das obras de Santana do Paraíso, cujo orçamento não está incluído no plano de investimentos. A siderúrgica vai investir na ampliação da participação do aço de alto valor agregado no mix de produção - a meta é elevar dos atuais 24% para 50% até 2015. "Se eu corto uma chapa de aço e entrego para um estaleiro como uma caixinha de quebra-cabeça, com as partes numeradas, eu agrego o serviço e aumento o valor daquela chapa de aço", disse. "Queremos que metade do aço que vendemos no mercado brasileiro entre no cliente com algo a mais."

A partir deste ano, a companhia apresentará seus resultados por segmentos de atuação (siderurgia, transformação do aço, mineração e logística, bens de capital). Na avaliação da direção, a Usiminas estava precificada "para baixo". Ele acredita que o novo modelo de negócios ajudará o mercado investidor - e também o de crédito - a avaliar melhor as ações.