26/08/09 11h09

Usinas aproveitam momento para exportar

Valor Econômico

A retomada das exportações, que foram um motivo forte do religamento de fornos no Brasil a partir de julho e em vários países do mundo, mostra sinais de saturação em alguns mercados, mas ainda está sustentando boa parte da produção das siderúrgicas brasileiras, como Usiminas, ArcelorMittal Tubarão, Gerdau Açominas e CSN. O temor dos empresários é com a formação de excesso de oferta nos próximos meses, bem como com o arrefecimento da demanda interna com cortes nos programas governamentais de estímulo ao consumo de bens duráveis, como carros e geladeiras.

Dependendo de cada empresa, e do tipo de aço fabricado, os embarques ao exterior vão de 15% a 55% do total produzido. Os principais mercados são a Ásia, com destaque para China, bem como EUA e Europa, que apresentam recuperação mais lenta. A ArcelorMittal Tubarão, que faz placas e produtos laminados, está exportando mais da metade da produção de seus dois altos-fornos em operação. Ambos estão funcionando além da capacidade, que soma 6,2 milhões de toneladas. O terceiro forno da usina só deverá ser religado por volta de abril do próximo ano.

Na Usiminas, segundo informou Sérgio Leite de Andrade, vice-presidente de negócios, as exportações já respondem por 35% do volume vendido pela empresa. A siderúrgica reativou dois dos três altos-fornos, elevando a ocupação da capacidade total da companhia para 90%. O quinto alto-forno será reativado somente no primeiro semestre do próximo ano, quando houver sinais mais firmes de consumo na economia, interna e externamente. A usina de Cubatão da Usiminas (antiga Cosipa) está operando no nível de 380 mil toneladas mensais de aço bruto, e assim deverá permanecer até o fim do ano, informou Omar Silva Jr., vice-presidente industrial da Usiminas. Seu foco será o mercado externo. Já unidade de Ipatinga (MG), com uma linha de produtos mais nobres, principalmente para automóveis, linha branca e construção civil, vai concentrar-se no atendimento do mercado doméstico.