20/07/09 09h41

Usinas pequenas devem triplicar geração

Folha de S. Paulo

O Brasil deve ao menos triplicar a capacidade instalada em PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) nos próximos anos, com a liberação dos 6.500 MW em potência hidrelétrica tramitando na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). É algo equivalente a um complexo hidrelétrico do rio Madeira, em Rondônia, onde são construídos neste momento as usinas de Jirau e Santo Antônio. Até o fim do ano, os investimentos em curso no país elevarão a capacidade instalada para 3.000 MW. A despeito dos problemas de atraso no trânsito dos projetos, uma onda de propostas de PCHs começou a ser anunciada nos últimos anos. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já financiou R$ 815 milhões (US$ 422,3 milhões) em PCHs neste ano, número que deve crescer ainda, dado o volume de projetos em andamento no banco.

A DEB (Duke Energy Brasil), holding que controla 2.307 MW no rio Paranapanema (que divide os Estados de São Paulo e Paraná), criou a DEB PCH para investir nesse tipo de negócio. A companhia investe neste momento R$ 200 milhões (US$ 103,6 milhões) nas usinas de Retiro e Palmeiras, duas pequenas centrais hidrelétricas com capacidade instalada de 16 MW cada, em fase de construção no rio Sapucaí-Mirim, entre os municípios de Guará e São Joaquim da Barra, na região de Ribeirão Preto (SP). Mais de 600 trabalhadores correm para aprontar as novas usinas até o segundo semestre de 2010.

A Aneel tem ampliado o número de autorizações para investidores interessados em desenvolver projetos de pequenas hidrelétricas. Em 2007, a agência havia concedido nove licenças para empreendedores construírem suas PCHs. Em 2008, foram 25. E de 1º de janeiro a 15 de junho deste ano, segundo informa a Aneel, foram concedidas 17 autorizações para novas PCHs. Segundo Jamil Abid, superintendente de gestão e estudos hidroenergéticos da Aneel, a agência tem mais 60 projetos prontos para autorizar, ou 800 MW novos que poderiam ser gerados em pequenas usinas.