01/12/14 14h53

Vale investe em catédras no Rio e em São Paulo

Uerj e USP serão as universidades beneficiadas com o financiamento, com duração inicial de cinco anos e investimento de R$ 2,2 milhões

O Globo

Quando comprou a mineradora Inco, em 2006, a Vale entrou para o seleto grupo de empresas financiadoras de cátedras em universidades. A prática era uma iniciativa da Inco herdada e continuada pela Vale, na Universidade de British Columbia, no Canadá: a cadeia hidrometalurgia é mantida por um pool de empresas, da qual a Vale participa.
Oito anos depois, a empresa começa a trazer a experiência para o Brasil, criando três disciplinas, com duração inicial de cinco anos e investimento de R$ 2,2 milhões. As três serão na área de direito (em parceria com a Uerj) e de engenharia (com a USP.) Vão beneficiar 30 bolsistas, entre alunos da graduação, mestrado e doutorado, além de pesquisadores e jovens não ligados às duas instituições.
-Lá fora, o financiamento de pesquisas e disciplinas por entidades privadas é muito comum. NO Brasil, novidade - destaca Sandoval Carneiro, gerente de Parcerias e Recursos do Departamento de Inovação e Tecnologia da Vale. - Quisemos começar pela logística, que é importante para nossa operação. A ideia é atrair pessoas para essas áreas e aprender com o trabalho que produzirão na academia.
Na Uerj, as pesquisas serão em direito regulatório e tributário. O edital, que via sair em fevereiro, será aberto a alunos do mestrado e doutorado da instituição e pesquisadores.
Para 2015, haverá uma vaga para doutorando, duas para mestrando e uma para pesquisador de direito regulatório, além de duas par mestrando e uma para pesquisador tributário (nos dois casos, a inscrição está encerrada).
- A pós-graduação tende a lidar com temas muito abstratos. A cátedra é uma chance de aproximar os estudos jurídicos das necessidades da sociedade pública deve ser plural. Não tem porque só do financiamento governamental ou de agências de fomento - diz Ricardo Lodi, coordenador das duas cátedras da Uerj.
Já a cátedra da USP objetiva estudar o desgaste provocado pelo contato entre roda e trilhos nas ferrovias. Algo importante para a Vale, que opera dez mil quilômetros pelo país com trens cheios de minérios e passageiros (contrapartida a concessões da companhia). A USP ainda está definindo a nova linha de pesquisa, mas além de seus alunos de engenharia (de graduação e pós), pretende fazer parcerias com centros técnicos de ensino médio.
- Queremos recrutar talentos locais pelas cidades do interior do Brasil onde a Vale tem uma presença forte - conta o professor Amilton Sinatora, coordenador da cátedra da USP.