25/02/10 14h01

Varejo confirma previsões otimistas e investe

DCI

O crescimento dos supermercados, que tiveram alta de 8,56% em vendas na comparação de janeiro de 2010 com o mesmo período do ano passado, é uma confirmação das previsões das redes do setor sobre a disposição do consumidor de gastar neste início de ano. Assim, ganha força o indicativo de um final de primeiro trimestre ainda maior no varejo brasileiro, em volume de vendas e ampliação dos negócios, no comparativo com o mesmo período do ano passado. O termômetro pode ser tanto o desempenho dos supermercados como as vendas de Carnaval e do período de volta às aulas, sem falar do fim de março e começo de abril, com o impulso esperado para gastos por conta da Páscoa.

Com o mercado aquecido, a disputa pelo consumidor fica mais forte, principalmente com a chegada de grupos como o Carrefour ao comércio eletrônico (e-commerce). A empresa anunciou que dará descontos de 20% na primeira compra de cada cliente quando seu site entrar no ar - o que está previsto para acontecer em breve. A ação é em comemoração ao lançamento do site e comprova a tendência de que, por entrar atrasada no varejo on-line, a rede teria realmente de se armar para competir com os consolidados no segmento, como Grupo Pão de Açúcar, Walmart, B2W - com Americanas.com e Submarino.com -, Ponto Frio e Casas Bahia, entre outros.

Depois da forte venda de itens sazonais no período de carnaval, -neste mês, em que redes como o Walmart Brasil e Carrefour viram as vendas de carnes nobres e bebidas subirem 32%; e também com o sucesso da volta às aulas, quando o Extra, bandeira de hipermercado do Grupo Pão de Açúcar, vendeu 300 mil cadernos da Seleção Brasileira de Futebol, por exemplo-, a aposta do setor para o período de março e abril é a Páscoa, que deve elevar as vendas dos supermercadistas em no mínimo 10%, com a comercialização de itens como chocolates, ovos de Páscoa e peixes para a Semana Santa.

De acordo com Sussumu Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a expectativa das redes é de aumento acima de dois dígitos na venda de itens sazonais, com destaque para o bacalhau, que registra queda de preço desde o fim do ano passado. "Teremos crescimento das vendas, não só de ovos de Páscoa, mas de todos os produtos que compõem a data", afirma Honda. Segundo o presidente da Abras, o modelo de compra consignada dos chocolates para a data continuará a ser o mais utilizado pelos supermercados, mas algumas redes vão apostar nas compra "não consignada" de ovos de Páscoa este ano. Sussumu também ressaltou que a tendência do bacalhau é de preço 20% ou 30% mais baixo neste ano.

Duas grandes redes de doçaria que atuam no mercado brasileiro estão para lá de otimistas com o período de vendas para a Páscoa, que será dia 4 de abril. A previsão da Cacau Show, por exemplo, é de atingir um crescimento de 50% no faturamento do período de Páscoa, ante a mesma época do ano passado. A marca de chocolates artesanais produzirá para esse período 1.700 toneladas de chocolate. Ano passado a empresa afirma ter produzido cerca de 1.200 toneladas para a data, ou seja, este ano a previsão traz um incremento de 42% na fabricação dos produtos.

Na concorrente Kopenhagen, tradicional rede de chocolates finos, a expectativa de aumento de vendas é de 18% para a Páscoa de 2010, nas 260 lojas da marca. Atualmente, a Kopenhagen produz duas mil toneladas de chocolates, balas, sorvetes, salgados e bebidas, afirma Renata Vichi, vice-presidente do Grupo CRM, controlador da marca. Outra marca de chocolates otimista é a Arcor. Para Gabriel Porciani, diretor de Marketing de Chocolates da empresa, houve aumento da produção e a proposta é investir em novidades, com produtos voltados para o público infantil e juvenil, como a linha Tortuguita e os ovos com licença de Disney, Cartoon Network e Turma da Mônica. Segundo Porciani, a expectativa de negócios de Páscoa em 2010 é excelente. "Estimamos um crescimento de 10% nas vendas de ovos de Páscoa este ano." Atualmente, os produtos de chocolate voltados para a Páscoa representam em torno de 20% do faturamento anual da área de chocolates da Arcor.