19/04/07 11h40

VCP investe mais para ampliar florestas

Valor Econômico - 19/04/2007

A Votorantim Celulose e Papel (VCP) vai aumentar seu investimento em mais de 40% em 2007. O valor chegará a R$ 785 milhões (US$ 383 milhões). A fabricante decidiu elevar os recursos para fortalecer sua base florestal, principalmente em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, onde erguerá uma fábrica de celulose, prevista para 2009. A previsão era investir R$ 550 milhões (US$ 268 milhões) em 2007, mesma cifra empregada no ano passado. Os investimentos são estratégicos. A empresa notou que as terras na região de Três Lagoas, onde já existem dez a doze usinas de açúcar e álcool sendo construídas, estão se valorizando. De acordo com Valdir Roque, diretor financeiro e de relações com investidores da VCP, os valores do hectare situam-se na faixa de US$ 1,2 mil. A empresa, que fez a troca de uma fábrica de papel em Luiz Antônio (SP) por um projeto de celulose que pertencia à International Paper (IP), ficou com cerca de 110 mil hectares de florestas em Três Lagoas. Do total de R$ 785 milhões (US$ 383 milhões), os investimentos nas florestas receberão o maior volume de recursos: R$ 459 milhões (US$ 224 milhões). Individualmente, a base florestal de Três Lagoas ficará com R$ 236 milhões (US$ 115 milhões), dos quais R$ 67 milhões (US$ 33 milhões) já foram aplicados no primeiro trimestre. A compra de terras vislumbraria uma eventual duplicação da unidade de celulose na região. Segundo Roque, a fábrica de Três Lagoas, cujo investimento ficará ao redor de R$ 3 bilhões (US$ 1,5 bilhão), deve apresentar custos mais competitivos do que outras fábricas, incluindo Jacareí (SP), a maior unidade da VCP. A VCP passou por uma mudança radical em 2006 modificando sua estrutura de produção, com foco maior em celulose do que papel. Além de Mato Grosso do Sul, cujo projeto recebeu o nome de "Horizonte", a VCP possui outra frente de expansão em celulose, no Rio Grande do Sul, conhecida como projeto "Losango". Ambos os projetos farão a VCP triplicar sua produção de celulose para mais de 3 milhões de toneladas. A meta do plano estratégico da VCP é chegar a 6 milhões de toneladas em 2020. No primeiro trimestre de 2006, a VCP teve lucro de R$ 163 milhões (US$ 74,8 milhões), com alta de 3% sobre igual período do ano passado. A receita líquida cresceu 9% e atingiu R$ 724 milhões (US$ 333 milhões). A empresa vendeu 13% a mais em celulose (255 mil toneladas) e teve receita de R$ 307 milhões (US$ 141 milhões). Em papel, as vendas somaram 159 mil toneladas (alta de 3%) e R$ 417 milhões (US$ 192 milhões), 2% superior. A geração operacional de caixa, medida pelo lajida, foi de R$ 233 milhões (US$ 107 milhões) e recuou 5%. A dívida líquida teve um recuo expressivo de 24%, ficando em torno de R$ 1,36 bilhão (US$ 625 milhões).