03/12/10 11h30

Venda de equipamentos sobe 70% no ano

Valor Econômico

O aumento dos investimentos em infraestrutura, construção pesada e construção civil - impulsionado pela forte retomada de investimentos públicos e privados pós-crise - fizeram com que a indústria de máquinas e equipamentos pesados tivessem um crescimento de 82% de janeiro a setembro, depois de uma queda de 24,5% durante todo o ano de 2009. A projeção é fechar o ano com uma alta de 70%, contra uma estimativa inicial de 47% de crescimento nas vendas internas. Somente este ano, devem ser vendidas 70.530 unidades de equipamentos de construção.

Os dados são da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), obtidos com exclusividade pelo Valor, e incluem maquinário usado em infraestrutura, construção civil, mineração e agricultura. O volume de 2010 bate o recorde da indústria, alcançado em 2008, quando foram vendidas 53 mil unidades de máquinas e equipamentos. "Superou e muito as melhores expectativa que tínhamos", diz Mario Humberto Marques, presidente da Sobratema.

Com o câmbio favorável, as importações cresceram - estimuladas, ainda, pelo fenômeno chinês. A Sobratema não divulga dados sobre importação, mas o presidente da entidade afirma que, dependendo do tipo de equipamento, houve um aumento de, pelo menos, 30%. "O custo Brasil, a questão do câmbio e o custo tributário atrapalham o nosso mercado", afirma Marques, que também é diretor da Andrade Gutierrez. Por outro lado, no entanto, o setor goza de benefícios importantes, como a linha do Finame, que financia máquinas a uma taxa de juros média de 5,5% ao ano.

Com tanta produção, o setor enfrenta um desafio importante: o aumento da frota de equipamentos novos e alto volume de estoques. Até por conta disso, a alta expressiva da venda este ano no país não será mantida. A expectativa é que o setor cresça um pouco acima de 10% ao ano até 2015, mesmo com a previsão de muitas obras pela frente. O setor de infraestrutura (incluindo Copa do Mundo, Olimpíada, energia, mineração, saneamento, construção civil, shoppings, hospitais e universidades) irá investir R$ 1,3 trilhão (US$ 764,7 bilhões) até 2016. O mercado de locação, cujos preços subiram entre 20% e 25%, já começam a recuar em algumas cidades. A procura é maior na construção de edifícios.