17/04/07 11h41

Venda de fertilizantes bate recorde

Valor Econômico - 17/04/2007

As entregas das misturadoras de fertilizantes a suas revendas espalhadas pelo país somaram 4,628 milhões de toneladas no primeiro trimestre deste ano, recorde histórico para o período. Segundo dados divulgados ontem pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o aumento sobre o mesmo período do ano passado chegou a 45,3%. Na comparação com as 3,522 milhões de toneladas do intervalo de janeiro a março de 2003, recorde anterior para um primeiro trimestre agora superado, o incremento chegou a 31,4%. Conforme a Anda, a produção nacional de adubos atingiu 2,045 milhões de toneladas nos primeiros três meses deste ano, 9,5% mais que em igual intervalo de 2006, enquanto as importações de fertilizantes intermediários subiram 99%, para 3,451 milhões de toneladas. "A base de comparação é baixa, uma vez que o mercado esteve muito ruim no primeiro trimestre de 2006. O ritmo não será mantido no decorrer do ano", disse Mário Barbosa, presidente da Anda e da Bunge Fertilizantes. O executivo destacou que as vendas no primeiro trimestre deste ano foram puxadas pela aquecida demanda para o plantio de milho safrinha (sobretudo no Paraná). Observou que a recente valorização internacional das matérias-primas - e seus reflexos no Brasil - tende a restringir vendas em regiões que pagam fretes mais elevados no exterior e no país e que poderá haver problemas em virtude dos gargalos logísticos que limitam a expansão agrícola nacional. Para ele e outros representantes da área que estiveram reunidos em São Paulo para comemorar os 40 anos da Anda, logística e falta de isonomia tributária em relação aos importados seguem como os principais entraves da atividade. Nesse contexto, afirmou George Wagner Bonifácio de Sousa, presidente da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA-Brasil), o segmento trabalha com uma expectativa de crescimento das entregas da ordem de 8% no acumulado deste ano. Confirmada a projeção, o volume superará 22 milhões de toneladas e voltará ao patamar observado em 2003 e 2004, os dois melhores anos em vendas até hoje. Mas Sousa lembra que, além de logística e tributação, existe outro fator limitante: o elevado grau de endividamento de boa parte dos produtores de soja do Mato Grosso. Apesar do avanço das compras para cana, em linha com a "febre" do etanol - a mesma que valoriza o milho -, a soja ainda é o carro-chefe do campo brasileiro. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), metade da carteira de pedidos das empresas que representa era formada por soja em 1º de abril.