29/05/23 15h03

Venda de imóveis novos cresce 26% em Rio Preto

No ano passado, volume de venda de imóveis novos em Rio Preto cresceu 26% ajudando a reduzir os estoques, ao mesmo tempo em que lançamentos de novos empreendimentos tiveram queda

Diário da Região

O mercado imobiliário de Rio Preto mantém tendência positiva. No ano passado, de acordo com o Sindicato da Habitação (Secovi), houve aumento nas vendas de imóveis, ao mesmo tempo em que houve redução nos lançamentos. O levantamento reforça, mais uma vez, a importância do segmento econômico para a cidade, que lidera tanto em número de vendas como em lançamentos.

Em 2022, as vendas de imóveis novos em Rio Preto registraram uma alta de 26%, passando de 3.438 unidades em 2021 para 4.338 unidades no ano passado. Em valores, essas transações representaram um aumento de 21%, já que passaram de R$ 966,6 milhões em 2021 para R$ 1,168 bilhão em 2022.

Outra informação importante é o fato de os imóveis da categoria econômica responderem por 70% das vendas na cidade.

Dentro desse contexto, o destaque fica por conta de imóveis da categoria econômica com dois dormitórios, que lideram as vendas com 64% do total. Em valores, as unidades ficam na faixa abaixo de R$ 230 mil e representam 57% do total. A metragem de até 45 metros quadrados também lidera, com 45% das vendas.

No ano passado, Rio Preto vendeu mais imóveis que cidades do interior paulista como Jundiaí (2.519 unidades) e Piracicaba (2.255 unidades). A cidade fica muito próxima do resultado do Vale do Paraíba, que registrou a venda de 3.099 unidades em 2022.

Para Guilherme Werner, da Brain Inteligência Estratégica, empresa que faz a pesquisa para o Secovi, o mercado de Rio Preto é bastante volátil e tem um protagonismo interessante no País. “Observamos essa recuperação nas vendas, com redução no estoque. Essa velocidade de vendas é um bom indicador”.

As vendas também, por estarem baseadas no segmento econômico, denotam a compra do consumidor por necessidade, afirma Werner, diferente do que ocorre quando o objetivo é o upgrade de moradia. “A compra por necessidade foi a força motriz do mercado imobiliário na cidade. E esse volume de vendas revela a pujança da cidade”, afirmou.

O especialista avalia ainda que o consumidor que se enquadra nessa faixa acaba sendo menos suscetível às movimentações do mercado financeiro e da política, duas coisas que impactam diretamente a decisão pela compra de um imóvel. “São pessoas que precisam sair do aluguel. É uma compra que não espera, de transição demográfica”, afirma.

Lançamentos

Em número de lançamentos de novos empreendimentos, o estudo do Secovi aponta para uma redução. No ano passado, foram 3.981 unidades, contra 5.227 unidades lançadas em 2021, o que mostra uma redução de 26%. Em valores, essa queda foi de 26%, já que passou de R$ 1,486 bilhão para R$ 1,099 bilhão.

Entre os lançamentos, também há predominância dos imóveis econômicos, com 47% de participação. Individualmente, entretanto, o cenário muda um pouco, já que lançamentos de imóveis de dois dormitórios representam a maioria, com 42%. Em tamanho, o espaço aumenta um pouco, entre 45 e 65 metros quadrados (48%), com valor entre R$ 230 mil e R$ 500 mil (64%).

Para o diretor regional do Secovi, Thiago Ribeiro, Rio Preto tinha uma demanda reprimida que foi se acentuando, com vários lançamentos nos anos auge da pandemia. Entretanto, as incorporadoras deram uma freada nos investimentos com receio de uma economia mais fraca. “As empresas deram uma retraída no número de lançamentos aguardando para um próximo momento", disse. Ao mesmo tempo, o aumento nas vendas pode significar uma nova expectativa nos incorporadores, estimulando novos lançamentos futuros.

Para Ribeiro, as recentes mudanças no programa Minha Casa Minha Vida, que agora engloba famílias com renda bruta de até R$ 2.640 e tem limite de até R$ 8 mil de renda, além da possibilidade de financiar imóveis usados, podem ser bons indicativos para o setor. “Aumenta bastante a quantidade de pessoas que vai poder ter sua necessidade atendida”.

Para Werner, entretanto, apesar desse aspecto positivo relacionado ao programa Minha Casa Minha Vida, a taxa de juros Selic nos atuais patamares – 13,75% ao ano – pode não refletir tão significativamente no mercado. “O gatilho para comprar imóveis é menor, além do que tem havido uma evacuação dos recursos da poupança, mas não para investir no mercado imobiliário e, sim em outras fontes mais rentáveis”, disse.

Atividade intensa

Para as construtoras mais focadas em imóveis de categoria popular, a avaliação é que o ano passado foi de estabilização depois de enfrentar o impacto da inflação dos custos de materiais de construção. “Em 2022 tínhamos uma posição confortável de empreendimentos lançados e em construção na cidade, totalizando 1.269 unidades, por isso houve um único lançamento – em Cedral - que foi comercializado em tempo recorde”, afirmou Victor Almeida, Presidente do Conselho de Administração da Pacaembu Construtora.

Segundo ele, a cidade continua com demanda aquecida, especialmente para famílias com renda até quatro salários, atendidas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida.

“Independente do cenário macroeconômico, este público conta com um financiamento com juros incentivados, além de subsídios dos governos que auxiliam na aquisição de seu primeiro imóvel”.

Para Lucas Thadeu Alkmim Balbino, gestor comercial da MRV, a empresa atua com uma diversificação de portifólio, o que tem ajudado num bom resultado de vendas. “O mercado de Rio Preto segue aquecido, com grande procura, assim como em diversas cidades no Brasil. Uma demanda que supera a oferta que temos hoje disponível”.

No ano passado, a empresa manteve os lançamentos previstos e, para este ano, tem a expectativa de lançar mais 1,5 mil unidades. “Os investimentos serão destinados à construção de empreendimentos de casas e aos próximos lançamentos de apartamentos, além de investimentos em infraestrutura como contrapartida para o município”. (LM)

Dados

21% foi a alta nos valores movimentados com as vendas de imóveis

Vendas

Alta de 26%

  • 2021: 3.438
  • 2022: 4.338

Valores (R$)

  • 2021: R$ 966,6 milhões
  • 2022: R$ 1,168 bilhão

(Em unidade/por trimestre)

  • 1º Trimestre: 1.291
  • 2º Trimestre: 1.216
  • 3º Trimestre: 1.242
  • 4º Trimestre: 589

Valor Geral de Vendas – VGV/por trimestre

  • 1º Trimestre R$ 335,1 milhões
  • 2º Trimestre R$ 361,8 milhões
  • 3º Trimestre R$ 272,2 milhões
  • 4º Trimestre R$ 199,5 milhões

Lançamentos (em unidades)

Queda de 26%

  • 2021: 5.227
  • 2022: 3.891

Lançamentos (em valores)

  • 2021 R$ 1,486 bilhão
  • 2022 R$ 1,099 bilhão

Queda de 26%

Tipo

  • 1 Dorm (Econ) 11%
  • 1 Dorm 4%
  • 2 Dorm (Econ) 36%
  • 2 Dorm 42%
  • 3 Dorm 8%
  • 4 Dorm 0%

Metragem

  • Até 45 m2 35%
  • Entre 45 e 65 m2 48%
  • Entre 66 e 85 m2 13%
  • Entre 86 e 130 m2 4%
  • Mais de 130 m2 0%

Valor

  • Menos que R$ 230 mil 26%
  • Entre R$ 230 mil e R$ 500 mil 64%
  • Entre R$ 500 mil e R$ 750 mil 8%
  • Entre R$ 750 mil e R$ 900 mil 2%
  • Acima de R$ 900 mil 0%
  • Econômico 47%
  • Outros mercados 53%

Fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/riopretoeregiao/venda-de-imoveis-novos-cresce-26-em-rio-preto-1.1240692