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Venda de papel ainda cresce na era digital

Valor Econômico - 27/06/2008

As assinaturas de "imprima apenas o necessário" no pé das mensagens de e-mail não têm tido muito efeito. Os bancos, as operadoras de cartão de crédito e as demais prestadoras de serviço vêm se esforçando em convencer o cliente a receber sua fatura online, mas a maioria ainda prefere o papel e, mesmo que aceite o meio digital, acaba imprimindo o comprovante. A despeito de toda a patrulha ecológica e das facilidades para se armazenar dados em CDs, DVDs e pen drives, a venda de papel sulfite, o mais usado para impressão, só faz crescer. Nos últimos cinco anos, segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), o consumo de papel para imprimir e escrever aumentou 24%, para 2,113 milhões de toneladas em 2007, sendo o sulfite o mais usado. Na opinião de fabricantes, varejistas e distribuidores, a venda de sulfite cresce a reboque da popularização dos computadores e das impressoras. Com a internet, o público tem acesso a um volume de informações nunca visto antes - mas o tempo para ler este material continua restrito às 24 horas do dia. Daí a solução é imprimir para ler mais tarde. "O sulfite é uma mídia barata e de grande portabilidade, que está sendo alavancada pelas novas tecnologias", afirma Nilson Cardoso, diretor comercial da International Paper (IP), fabricante das marcas Chamex e Chamequinho, que lideram o mercado no Brasil. Os produtos são o carro-chefe da IP, respondendo por 65% da produção anual da companhia, que também fabrica papel para livros e cadernos. Em 2008, a empresa pretende aumentar suas vendas de sulfite em 8%. E para garantir que a ecologia não será empecilho, a IP redesenhou as embalagens da linha Chamex, procurando destacar que os papéis são feitos a partir de florestas de eucalipto 100% plantadas e renováveis. Se depender da Kalunga, a ação já funcionou. A empresa é dona da maior rede do país em papelaria e material de escritório, com 52 lojas que atendem tanto pessoas físicas quanto jurídicas, e vende exclusivamente as marcas da IP. Este ano, sua previsão de aumento de vendas é de 10%. Na Officenet, que pertence à americana Staples e no Brasil lidera o fornecimento de material de escritório para pequenas e médias empresas, o sulfite responde sozinho por 25% do faturamento da empresa.