26/05/08 11h01

Venda de plásticos avança com expansão da classe C

Valor Econômico - 26/05/2008

A expansão da classe C está beneficiando o mercado de utilidades domésticas de plástico, que movimentou R$ 3,4 bilhões (US$ 1,76 bilhão) em 2007, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). "Parte do público que antes reutilizava embalagens de margarina para guardar alimentos, por exemplo, agora está comprando potes próprios para isso", diz Fortunato Caro, presidente da Plasvale, que pertence ao grupo Lince, de Santa Catarina, e é uma das maiores do setor. A empresa, que cresceu 6% no ano passado sobre 2006, investiu em nove máquinas injetoras no fim de dezembro, para dar conta do aumento de demanda. A expectativa, segundo Caro, é elevar o faturamento entre 12% e 14% este ano. Outra grande concorrente, a Plasútil, de Bauru (SP), espera crescer entre 15% e 18%. Trata-se de um mercado disputado. "Antigamente havia três grandes competidores. Nos últimos 10 anos, mais de 50 empresas entraram", comenta Caro. Em sua maioria, são pequenas indústrias, que fabricam potes sem marca vendidos no pequeno varejo, como lojas de R$ 1,99. O espaço dessa categoria nas gôndolas vem crescendo. Segundo estimativas do mercado, as vendas de recipientes plásticos em supermercados triplicaram de 2003 a 2007, e em hipermercados aumentaram mais de quatro vezes. Embora com percentuais menos robustos, os negócios do setor também estão em expansão no canal de vendas diretas, em que a história dos potes plásticos começou e que, além de Tupperware, concorrem gigantes como a Avon. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), o segmento de "cuidados do lar", que inclui a categoria de plásticos, movimentou R$ 757 milhões (US$ 392,2 milhões) em 2007, com expansão de 17%, sobre 2006. A fatia dos produtos para a casa no total das vendas diretas passou de 4,9% em 2005 para 6,1% no ano passado. O setor enfrenta agora dois desafios: a alta do preço do petróleo, que exerce forte pressão sobre os custos, e a competição com os recipientes de vidro.