30/04/09 10h18

Vendas acumuladas até abril mantêm nível de 2008

Valor Econômico - 30/04/2009

Por uma diferença muito pequena, de apenas 4 mil veículos - o que equivale a menos de meio dia de vendas -, o acumulado no licenciamento de veículos de janeiro até terça-feira ficou praticamente igual a idêntico período de 2008. O resultado de abril a dois dias do fechamento do mês - 201,7 mil unidades - ajudou o setor automotivo a garantir um primeiro quadrimestre praticamente igual ao de 2008, período de recordes para a indústria automobilística. A quantidade de veículos emplacados do primeiro dia do ano até o dia 28 deste mês foi de 869,9 mil unidades. No mesmo período de 2008 foram 874,1 mil. As projeções da indústria indicam que as vendas deste mês vão superar as 230 mil unidades, que seria a segunda maior marca desde novembro, quando a crise de escassez no crédito deu os sinais mais fortes.

Enquanto assistem à continuidade dos efeitos benéficos da redução do IPI nas suas vendas, os representantes da indústria automobilística preparam um estudo sobre o impacto do incentivo na arrecadação geral de impostos, que mostra que o volume de recursos para os governo teria caído não fosse o benefício. O estudo foi elaborado pela equipe econômica da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A conclusão da entidade é que de meados de dezembro, quando a alíquota do imposto foi reduzida, até o final do primeiro trimestre, foram vendidos cerca de 200 mil automóveis a mais do que o mercado brasileiro teria absorvido caso esse imposto não tivesse sido reduzido.

Os economistas da entidade somaram o total recolhido em IPI, PIS, Cofins, ICMS e IPVA sobre o volume real de vendas e sobre uma quantidade hipotética, levando em conta esses 200 mil veículos a menos. Concluíram que embora tenha ocorrido uma queda no montante de IPI, a arrecadação total ficou maior graças ao aumento das vendas. A conclusão do estudo da Anfavea é que houve ganho de R$ 700 milhões (US$ 318.2 milhões) nos cofres públicos, com todos os impostos somados. A entidade mostra que houve uma queda de 44,2% na arrecadação de IPI. Mas garante que os recursos obtidos com PIS/Cofins, por exemplo, ficaram 32,1% maiores do que seriam se o mercado não tivesse sido estimulado pela redução de preços causada pelo corte no IPI. A Anfavea entregará o resultado do estudo ao governo. Mas, segundo Jackson Schneider, presidente da Anfavea, não é intenção da indústria automobilística reivindicar uma prorrogação extra do benefício.