06/05/09 11h36

Vendas da Avon no Brasil crescem 12%

Valor Econômico - 06/05/2009

No ano passado, a Avon chegou a registrar crescimento de até 60% em suas vendas no Brasil, segundo maior mercado para a companhia americana, perdendo apenas para os Estados Unidos. Cifras assim, porém, ficaram na saudade. Com a valorização do dólar, a receita da empresa fora dos Estados Unidos cresce agora em percentuais bem mais modestos. Ou até encolhe. No Brasil, conforme o balanço do primeiro trimestre divulgado ontem, em Chicago, a fabricante de cosméticos teve alta de 12% nas vendas em reais. O resultado em dólares, entretanto, ficou a desejar: queda de 18%.

Mundialmente, a empresa teve queda de 36% em seu lucro. O resultado líquido ficou em US$ 117,3 milhões, contra os US$ 184,7 milhões do primeiro trimestre de 2008. No geral, a desvalorização das moedas locais mundo afora fez as vendas internacionais da companhia ficarem 16 pontos percentuais mais baixas. "Não há dúvidas de que fomos fortemente abalados pela desvalorização das moedas locais nos mercados em que atuamos fora dos Estados Unidos e da Europa", afirmou Charles Cramb, diretor executivo de finanças da Avon.

Para enfrentar a crise econômica no mundo, a Avon, no semestre passado, resolveu focar sua estratégia em produtos que "democratizam o luxo", como gosta de falar a presidente da multinacional, Andrea Jung. Esses itens ajudaram o número de produtos vendidos crescer 2% em volume no trimestre, de acordo com o balanço. A mesma estratégia foi adotada por aqui. "Nesse primeiro trimestre, consolidamos a estratégia de lançamento de fragrâncias, cuja proposta é oferecer produtos com maior valor agregado e a melhor relação custo benefício para os consumidores", disse Luiz Felipe Miranda, presidente da Avon Brasil ao Valor. No entanto, uma vez que esses produtos custam menos, a Avon registrou queda de 12% no faturamento global do período, levando-se em conta o resultado em dólar. Na conta com moedas locais, o número se inverte: houve alta de 5%. Para os próximos meses, no entanto, a Avon espera uma reação nos resultados.