16/12/09 10h52

Vendas do comércio antecipam o Natal

O Estado de S. Paulo

Na sua entrevista de ontem ao jornal Valor Econômico, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, previa um aumento de 4% das vendas do comércio varejista neste ano e de 5% em 2010. Na verdade, estava pessimista, pois nos dez primeiros meses do ano as vendas já cresceram 5,1% e, levando em conta que nos dois últimos meses do ano passado, em plena crise, as vendas acusaram redução, é muito provável que agora elas exibam crescimento mensal maior. Quanto a 2010, tudo indica que poderá ser ainda melhor, levando em conta que ao efeito da melhora dos rendimentos se vai acrescentar o de maiores investimentos. O crescimento das vendas varejistas (+0,6% em setembro, +1,4% em outubro) foi acompanhado por uma elevação maior da produção industrial (+0,8% e +2,2%, respectivamente).

Quando se leva em conta o comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção, com queda de 2,5% em outubro, a diferença com a indústria fica ainda maior, pois houve queda de 15,8% da venda de automóveis, que havia acusado aumento de 9% no mês anterior, resultado da redução dos incentivos fiscais. Analisando os dados do comércio restrito, não se pode negar que há um "clima de festa", mais sensível ainda quando o volume das vendas é comparado ao do mesmo mês de 2008 e acusa aumento de 8,4%.

De fato, todos os setores se mostram positivos em relação a setembro deste ano, permitindo pensar que houve até uma antecipação das compras de Natal, graças a uma melhora dos rendimentos. Isso se reflete no aumento muito importante das vendas dos supermercados e de produtos alimentícios, com aumento de 1,4% - setor de maior peso nas estatísticas do comércio varejista e que depende essencialmente da renda familiar. As vendas vinculadas ao Natal são responsáveis pelo crescimento de setores como vestuário (+1,9%), produtos de uso pessoal e doméstico (+1,4%), artigos farmacêuticos e de perfumaria (+2,8%) e até livros e papelaria (+1,8%).