23/12/09 10h07

Vendas em dezembro mostram um Natal forte para o comércio

Valor Econômico

As vendas das redes varejistas neste mês apontam para um Natal bastante positivo em 2009, com resultados que podem superar em 20% o registrado no mesmo período de 2008, quando a economia brasileira já sentia o impacto da crise global. Há relatos de empresas que fizeram encomendas extras em dezembro para atender à demanda acima do esperado, mas não há indicações de que esse seja um fenômeno que afetou amplamente o varejo, nem de que a falta de produtos seja generalizada. Segundo analistas, a combinação de um mercado de trabalho forte, uma ampla oferta de crédito e a confiança do consumidor em níveis elevados impulsionou as vendas neste fim de ano, acenando com boas perspectivas para a economia no começo de 2010, ainda que possa não haver uma explosão de encomendas para a indústria.

Na Lojas Cem, que conta com 180 pontos de venda de grande porte em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, a expectativa é de crescimento de 15% das vendas de dezembro sobre o mesmo período do ano passado. "Já tínhamos a expectativa de um bom mês e ela está se confirmando. Tivemos problema com as chuvas, que espantaram o consumidor principalmente no interior de São Paulo e no Rio, mas mantivemos nossa projeção de crescimento", contou o supervisor-geral da rede, José Domingos Alves, destacando procura maior por móveis, geladeiras e televisores LCD. Na rede de hipermercados Extra, do Grupo Pão de Açúcar, o comércio de eletroeletrônicos cresceu 35% nos primeiros 15 dias deste mês em relação ao mesmo período de 2008. A expansão estimada até o fim do ano é de 50%. Fábio Tavares, gerente comercial de áudio e vídeo da empresa, disse que o "belo Natal" pode pressionar as indústrias nos próximos meses.

Levantamento da Associação Comercial de São Paulo mostra um "bom Natal" para o comércio neste ano, mas não algo "espetacular", segundo o economista Emílio Alfieri. De 1º a 21 de dezembro, as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito, termômetro das vendas a prazo, cresceram 4,4% sobre igual período de 2008, enquanto às realizadas ao Usecheque, balizador das operações à vista, avançaram 7%. A média entre os dois, de 5,7%, está dentro da expectativa de Alfieri, que aposta num número entre 5% e 7%. "2009 foi um ano difícil, mas que acaba bem para o comércio. A perspectiva para 2010 é melhor ainda."