13/01/10 10h37

Vendas nas livrarias crescem de 10% a 20% em 2009

Valor Econômico

Apesar do baixo índice de leitura entre os brasileiros, da crise econômica e até da gripe suína, as livrarias encerraram 2009 com crescimento no faturamento, que variou de 10% a 20% quando comparado a 2008. "Trata-se de um desempenho excelente se considerarmos que o PIB do ano passado vai no máximo empatar", disse Vitor Tavares, presidente da Associação Nacional das Livrarias (ANL). A entidade divulgou ontem crescimento médio de 9,73% para o setor.

A performance, no entanto, ficou um pouco abaixo do esperado no começo de 2009. A projeção da ANL era um aumento de 11,8%, que não se concretizou principalmente devido à crise. Entre as livrarias consultadas pelo Valor, algumas delas informaram que passaram incólume pela crise econômica e outras, cresceram menos do que o previsto inicialmente.

A Livraria Cultura, com 10 lojas, previa encerrar o ano com um crescimento de 30%. Ainda assim, o desempenho da Cultura foi um dos melhores do setor, com um aumento de quase 20% na receita. Já para a Livrarias Curitiba, maior varejista de livros no sul do país, o inimigo não foi a crise econômica e sim, a gripe suína. Entre julho e setembro, as vendas caíram cerca de 20%. "Os shoppings ficaram completamente vazios. Aqui no sul, a gripe foi muito forte por causa do frio e da proximidade com a Argentina", disse Marcos Pedri, diretor comercial da Livrarias Curitiba. Com 17 pontos, a rede paranaense fechou o ano com uma elevação de 12%. "Se não fosse a gripe, teríamos um ano histórico. Nos recuperamos agora no final do ano", complementou Pedri.

A paulistana Livraria da Vila, com quatro unidades, cresceu 10%. Já na carioca Travessa, as vendas em lojas comparáveis, registraram um acréscimo de 20%. Com oito unidades, o faturamento da Travessa em 2009 teve um salto de 35%, motivado também pela abertura de dois novos pontos no ano passado. Com 196 lojas em operação, a Nobel chegou em dezembro com aumento de 12% no faturamento e 15% no número de pontos. "Sentimos um forte aumento nas vendas de livros infantis, algo em torno de 25%", afirmou Sergio Benclowicz, diretor da Nobel.

Os livros infantis foram os que puxaram as vendas das livrarias no ano passado, segundo pesquisa da ANL. Chama atenção nesse levantamento da entidade, o fraco desempenho das publicações de autoajuda. Em um ranking com oito posições dos segmentos literários que mais cresceram, em número de exemplares em 2009, os livros de autoajuda, que por muitos anos eram as vedetes do setor, amargaram a sexta posição. "Acho que as pessoas cansaram da fórmula. Ao ler o terceiro livro, as pessoas percebem que é sempre a mesma coisa", disse Benclowicz.