15/12/10 11h36

Vendas no varejo crescem há seis meses seguidos e acumulam alta de 11% no ano

Valor Econômico

As vendas no comércio varejista cresceram pelo sexto mês consecutivo. Em outubro, a alta no volume de vendas foi de 0,4% na comparação com setembro, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A receita nominal do varejo cresceu mais - 1,3% na mesma comparação. Em relação a outubro de 2009, houve alta de 8,8% no volume de vendas - a menor variação desde novembro de 2009 - e de 13,3% na receita de vendas.

O volume de vendas no comércio varejista ampliado - que inclui ainda o desempenho das vendas de veículos e motos, partes e peças e material de construção apenas no varejo - subiu 2,1% frente a setembro. Na comparação com outubro de 2009, houve alta de 11,2%. As vendas de veículos e motos, partes e peças subiram 6,8% na comparação com setembro e 16% ante o mesmo mês do ano passado. Já as vendas de material de construção no varejo ficaram estáveis ante setembro e apresentaram alta de 8,9% ante outubro de 2009, sempre considerando volume.

O comércio registra, em 2010, o melhor ano da série histórica iniciada em 2001, com alta acumulada de 11,1% até outubro, em relação a igual período no ano anterior. Diante das perspectivas para novembro e dezembro, com as vendas de Natal e o pagamento do 13º salário, o comércio deve manter esse bom desempenho, fechando 2010 com um crescimento acima dos 10%. Com isso, o resultado de 2010 superaria o de 2007, quando a expansão de 9,7% foi a melhor da história recente.

Esse resultado é puxado, principalmente, pelo aumento da massa salarial e da oferta de crédito. A desvalorização do dólar também provoca efeitos benéficos na venda, por facilitar as importações, especialmente de componentes eletrônicos, e jogar para baixo os preços de alguns produtos. Para o coordenador da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), Reinaldo Pereira, após o baque de 2009, as vendas no varejo voltaram a patamares comparáveis a 2007 e 2008, quando foram registrados dois dos melhores níveis de vendas da série.

O setor de hiper, supermercados e produtos alimentícios vem liderando as vendas, apesar dos efeitos de altas de alimentos ao longo do ano. Até outubro, registram alta acumulada de 9,7% em comparação ao mesmo período no ano anterior. Se considerados os últimos dois meses, em relação ao mês imediatamente anterior, as vendas de hiper e supermercados apresentaram leve redução (-0,1% em setembro e -0,2% em outubro). Pereira minimizou esses indicadores, embora reconheça que possa haver influência da recente alta nos preços dos alimentos.

As vendas de móveis e eletrodomésticos e de tecidos, vestuário e calçados seguem em alta, com elevações significativas nos últimos meses. Em outubro, subiram, respectivamente, 2,1% e 1,8%, ante setembro. Muitos desses produtos são importados ou carregam componentes trazidos do exterior, o que pode evidenciar a influência do dólar fraco.