Vibracoustic segue expansão de montadoras

Valor Econômico

A Vibracoustic do Brasil, empresa do grupo alemão Freudenberg voltada à fabricação de artefatos de borracha, componentes de suspensão e tecnologias e sistemas antivibração para veículos, vai expandir em 12% a capacidade produtiva da unidade de Taubaté, no interior de São Paulo, como parte de um programa de investimentos de R$ 100 milhões (US$ 58,8 milhões) que será concluído em 2012. O objetivo do aporte, de acordo com o diretor geral da empresa, Edney Corrêa, é acompanhar a expansão das principais montadoras instaladas no país, responsáveis por 100% das vendas da Vibracoustic.

A empresa não divulga números de produção no Brasil. Contudo, nos três últimos anos, conta Corrêa, a receita da operação mostrou taxas de crescimento de entre 9% e 20%. Em 2009, foram R$ 500 milhões (US$ 253,8 milhões) de faturamento, gerado pelas divisões de "power train" e suspensão - outras três áreas de negócio da empresa, que tem atuação global, serão implementadas no país nos próximos anos. Diversificar os negócios, explica Corrêa, garante à empresa uma segunda via de crescimento, não atrelada à expansão de capacidade produtiva. Dentro dessa estratégia, a Vibracoustic trará ao país, já no próximo ano, uma linha de coxins de motores para veículos pesados. O plano de investimento atualmente em curso, acrescenta o executivo, se refere a cinco anos até 2012. Porém, antes do encerramento desse prazo, o comando da empresa deverá anunciar uma nova rodada de aportes.

Do lado das montadoras, os planos também são ambiciosos. Neste ano, segundo dados da Anfavea, que representa a indústria automobilística nacional, a produção no país deve chegar à marca recorde de 3,6 milhões de unidades. E, em cinco anos, a expectativa é de que sejam produzidos no país 4,5 milhões de veículos. Atualmente, a Vibracoustic é fornecedora das principais fabricantes das quatro maiores fabricantes de veículos instaladas no país (Ford,Fiat, Volkswagene GM), porém já negocia com outras empresas.

Parte dos recursos do plano será direcionada para TechCenter, centro técnico de engenharia e tecnologia da Vibracoustic onde são desenvolvidos sistemas específicos para o mercado nacional. A necessidade de adaptação das peças deve-se, além da diferença entre cada modelo de automóvel, às condições das estradas brasileiras, bastante diferentes das rodovias europeias e americanas. Como o coxim é peça fundamental para evitar que o motorista perceba a vibração de outros componentes do veículo, quanto pior a estrada, mais robusto tem de ser o sistema. "Essa situação fez com que a operação brasileira ganhasse o título de referência em desenvolvimento de produtos para países emergentes", conta o executivo. Daqui, saíram componentes que também equipam veículos na Índia, Turquia e Rússia.