12/01/11 10h54

Whirlpool aposta que 2011 será o ano da linha branca

DCI

Líder do mercado latino-americano de eletrodomésticos, a Whirlpool Latin America, detentora das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, projeta crescimento de até 10% da linha branca este ano. O otimismo da fabricante é baseado, segundo a diretora de Marketing da empresa, Cláudia Sender, no cenário favorável da economia do País. "Os juros não impactam o consumidor para este ano. Apesar do crescimento mais modesto da economia do Brasil, estamos otimistas em comparação ao resultado do ano passado, quando a linha branca não teve um aumento expressivo nas vendas, já que os consumidores buscavam pela linha marrom, por conta dos televisores" explica Sender.

A companhia, que acaba de lançar a linha "retrô" de refrigeradores e fogões, com média de preços de R$ 8 mil (US$ 4,7 mil) e R$ 4 mil (US$ 2,4 mil), respectivamente, crê que os consumidores estão se sofisticando e que a chamada classe C está mais exigente na hora da aquisição de bens duráveis. "Percebemos essa evolução no histórico das nossas vendas, principalmente a classe C, que desafia a indústria, por valorizar mais o que compra" conta Sender. Os novos fogões serão produzidos nas fábricas de Rio Claro (SP), e os novos refrigeradores, em Joinville (SC). Por se tratar de produtos de maior valor agregado, não estarão disponíveis em todas as regiões do País. "Vamos focar no sudeste, mas todo o Brasil pode comprar esses artigos através de nosso site" afirma Sender.

A Whirlpool possui três fábricas no Brasil. A empresa também conta com 20 laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento, e quatro Centros de Tecnologia: Cocção, Ar-Condicionado, Lavanderia e Refrigeração. O número de seus colaboradores é de 14,5 mil.

Segundo o gerente de Negócios Linha Branca da GfK, Oliver Römerscheidt, em 2011, por não haver influenciadores como a Copa do Mundo e a isenção do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), o cenário para a indústria de linha branca no País será mais estável. "Há também espaço para novos participantes, pois este é um mercado muito concentrado e bastante atraente", diz. Oliver explica que o segmento estava numa posição bastante privilegiada por causa da redução do IPI que vigorou até janeiro do ano passado, e que além disso 2010 foi marcado pela Copa do Mundo. Ele destaca que, embora a expansão do mercado tenha sido menor quando comparados os números de cada mês de 2010 em relação a 2009, o segmento registrou crescimento no acumulado de janeiro a agosto. "Cada vez mais os consumidores optam por produtos mais sofisticados e de maior valor agregado, o que justifica um aumento maior do faturamento do que em unidades vendidas", explica.

Na categoria de refrigeradores, foram vendidas aproximadamente 8% mais unidades do que no mesmo período de 2009. Em faturamento, porém, o índice foi de quase 10%, uma vez que os equipamentos de duas portas foram os mais procurados. Fogões tiveram incremento de 6,3% no faturamento.

As fabricantes coreanas de eletroeletrônicos Samsung e LG, atentas ao movimento do mercado brasileiro, já prospectam instalação de fábricas de eletroeletrodomésticos no interior paulista, onde atuam as concorrentes Mabe (Campinas), Whirlpool (Rio Claro) e Electrolux (São Carlos). A Samsung, desde o ano passado, importa eletrodomésticos. Já a LG projeta para este ano uma fábrica no interior paulista para a produção de geladeiras, fogões e outros produtos da linha branca. Segundo a empresa, isso pode ocorrer em uma nova fábrica ou em uma planta já existente.

A japonesa Panasonic também investirá no segmento. O aporte de cerca de 53 milhões de euros será para a construção de uma fábrica de eletrodomésticos em São Paulo em 2012. O complexo terá capacidade de produção anual de 500 mil refrigeradores a partir de outubro de 2012, e a expectativa é de que a partir de março de 2013 inicie a produção de 200 mil máquinas de lavar anualmente.