02/12/09 11h30

Whirlpool eleva investimento no País

O Estado de S. Paulo

A crise passou perto, mas não chegou a atrapalhar os planos da fabricante de eletrodomésticos Whirlpool no Brasil. Tanto que, um ano após ter previsto a desaceleração do crescimento no País de 15% para 5%, o presidente da Whirlpool América Latina, José Drummond Júnior, já estima uma expansão de 20% nas vendas em 2009. A expectativa justificou até a decisão de aumentar o nível de investimentos na operação brasileira, pela primeira vez nos últimos anos.

A Whirlpool pretende praticamente dobrar o valor investido em ampliação de capacidade produtiva, pesquisa, desenvolvimento e marketing de suas marcas - Brastemp, Consul e a premium KitchenAid. "Se o mercado continuar do jeito que está, vamos ampliar o patamar de investimentos de cerca de US$ 150 milhões para US$ 250 milhões a partir do ano que vem", diz Drummond.

Maior fabricante mundial de eletrodomésticos, a companhia americana acredita que as ações do governo brasileiro durante a crise, e especialmente a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os produtos que fabrica, salvaram o ano. "Sem o IPI, seria um ano de crescimento provavelmente zero ou até um pouco negativo", diz o executivo. Desde maio, a companhia cresce acima de 20%. Para atender às encomendas para o Natal, tem operado em três turnos em sua fábrica de Rio Claro (SP). Iniciada em abril, a isenção do tributo vai até janeiro de 2010.

Mas não foram só as medidas do governo que ajudaram a dissipar o clima de apreensão que rondou a empresa no final de 2008. Segundo Drummond, outros sinais da economia nos últimos anos trouxeram o otimismo. "A economia estruturalmente está melhor. Tem mais renda, mais crédito", afirma Drummond.