28/01/09 10h09

Whirlpool prevê expansão de até 2% em 2009

Valor Econômico - 28/01/2009

Já estão abertas as negociações entre varejistas e a maior fabricante de linha branca do país, a Whirlpool, para estabelecer metas de vendas neste ano. Depois de reduzir os estoques em 30%, desde setembro, quando a crise financeira estourou nos Estados Unidos, a companhia prevê que o primeiro semestre não deve trazer nenhuma expansão de vendas para o mercado e que até dezembro seja possível crescer entre 1,5% e 2%.  Essa previsão coincide com os cálculos de alguns economistas para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano. Para o setor de linha branca e outros eletrodomésticos, trata-se de um tombo e tanto. O volume de vendas desse mercado chegou a crescer mais de 15% em 2007 e 4% em 2008 - poderia ter sido 12% se a crise não tivesse chegado com força no fim do ano.  Este cenário pauta as conversas que Sérgio Leme, diretor comercial e de logística da Whirlpool, tem tido com varejistas. Sentiu da parte deles uma expectativa forte de que os preços caiam na fábrica. "Mas não há planos de que isso aconteça", diz.  O executivo, há seis anos na multinacional, lembra que os preços da Whirlpool, que tem cerca de 40% do mercado nacional de linha branca, subiram 5%, em média, em setembro. Cita a alta de 40% do aço, entre maio e agosto, como um fator importante de pressão no custo. Na contramão estaria a queda do preço do petróleo, que barateia as resinas plásticas. "Mas o dólar aumentou". Então, conclui, não há espaço para reduzir preços.  Em sua opinião, um risco importante em 2009 é acontecer o que ele chama de "down trading". Ou seja, o varejista acreditar que o consumidor vai preferir produtos cada vez mais baratos, por causa da crise. "E o que precisamos é convencer o consumidor que entra na loja querendo um fogão de quatro bocas a levar um de seis". Mas ele também informa que a lavadora com capacidade para seis quilos de roupa, e a geladeira de uma porta de 280 litros, que não precisa ser descongelada para ser limpa (a "frost-free"), são dois exemplos de produtos populares e de grande procura. Para esse tipo de mercadoria, mais barata, a produção não parou, disse Leme.