14/10/08 16h09

Whirlpool revê meta e aposta em frost free para ampliar vendas

Gazeta Mercantil - 14/10/2008

Os fabricantes de linha branca (refrigeradores, fogões, etc) não podem dizer que as dificuldades do setor chegaram com a crise financeira internacional. A alta das commodities metálicas e das resinas, por exemplo, incomodam as empresas desde o ano passado, o que forçou um repasse nos custos e levou a uma desaceleração no primeiro semestre. Agora, as empresas já refazem seus cálculos mais uma vez. "Entramos o ano prevendo um crescimento nas vendas de refrigeradores de 7%. Após o primeiro semestre revemos para 5% e agora já admitimos que pode ser de 3%", contou Jerome Cadier, diretor de marketing da Whirlpool. No entanto, mesmo diante de um cenário cercado de incertezas, a empresa aposta na categoria e coloca no mercado uma linha de refrigeradores frost free (que não congela) de uma porta, os primeiros do mundo, segundo Cadier. A idéia, de acordo com o executivo, é ampliar a presença de frost free nos lares brasileiros. Hoje, 23% dos refrigeradores brasileiros possuem a tecnologia. Com os modelos de uma porta, que serão mais baratos que os disponíveis no mercado, Cadier acredita que a penetração possa chegar a até 35% até 2009. São nesses novos modelos - o mais barato, da Consul, custará R$ 1,24 mil (US$ 563,6), e o mais caro, da Brastemp, custará R$ 1,54 mil (US$ 700), preços similares aos refrigeradores de uma porta já existentes -, que estão as esperanças de crescimento para o próximo ano. "Buscamos um aumento de participação de três pontos", disse. Segundo ele, as duas marcas da empresa atualmente possuem 50% de participação. De acordo com dados da Eletros, o mercado de refrigeradores movimenta cerca de 5 milhões de peças por ano. O instituto Latin Panel calcula que o parque instalado de refrigeradores no Brasil é de 45 milhões. "A tecnologia frost free foi lançada no mercado brasileiro, pela Brastemp, há 25 anos, e nunca conseguiu crescer muito por causa dos preços. Superamos esse grande entrave e conseguimos fazer uma porta pelo mesmo preço", disse. Cadier contou que os refrigeradores de uma porta representam 50% das vendas e são 70% do parque instalado no Brasil. "Fizemos seis pesquisas ao longo do um ano e meio, enquanto desenvolvemos a tecnologia. Detectamos que os consumidores preferem um refrigerador de uma porta que seja frost free a um de duas portas que não tenha a tecnologia", disse.